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Gramática movimental: ontogênese da forma (2023)

  • Authors:
  • Autor USP: JÚNIOR, CLOVIS LUIZ ALONSO - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLC
  • DOI: 10.11606/T.8.2023.tde-25092023-145254
  • Subjects: ESPAÇO (ESTÉTICA); LÍNGUA; METÁFORA
  • Keywords: Parataxe
  • Language: Português
  • Abstract: Esta tese pretende ser um esboço de teoria. Como tal, imiscui-se de certo teor ensaístico, pautado numa intuição que se construiu aos poucos, a partir da verificável presença de elementos espaciais naquilo que denominamos "línguas" e que eu subsumo a "Língua" assim grafado, com maiúscula, em singular. A Língua teria sido e estaria sendo confeccionada segundo a condição do humano como ser peregrino, que ab origine se viu na possibilidade e na premência de deslocar-se através do espaço físico de um mundo que nos conduz ao deslocamento cinemático de um ponto a outro, passando por pontos contíguos e repousando em um ponto estático, ou seja, um mundo que nos in-duz e con-duz a realizar movimentos de separação, de aproximação, de perambulação e de estagnação, ora uma espécie de movimento em si mesmo, ex opposito do que é comumente entendido como "movimentar-se com mudança de espaço"; assim se configuram os movimentos de lugar de onde, de lugar para onde, de lugar por onde e de lugar onde. Nesse mesmo mundo, precisamos "dizer coisas" ao nosso semelhante, quiçá antes "formuladas" a nós mesmos, e a "formulação" tratou de formalizar-se. É naquele espaço e naqueles movimentos que, numa sorte de imitação, parece que fomos buscar a matéria-prima para representar porções de mundo e expressá-las. Antes de expressá-las e ainda antes de representá-las, precisamos entendê-las de maneira razoavelmente essencial, precisamos selecionar algo que de algum modo as essencializasse, dealgum modo desenhassse seu ser e então as designasse representativamente e assim representacionalmente. Estávamos fadados à abstração. Aquelas "coisas" não eram e não são apenas coisas em si, mas, para serem, incluem suas relações e a forma como essas relações possam engendrar-se. Essa forma, segundo o que proponho, é a forma do espaço atualizado por nossos deslocamentos. Parece que enxergamos no espaço físico aquele modo de representação essencial das "coisas" e de suas relações abstratas, relações que foram subsumidas ao jogo de separação, de aproximação, de perambulação e de estagnação. A representação se deu em termos de espaço, e algo disso tudo não passou despercebido pelos modos de teorização da Língua, que, entretanto, não se têm dado conta da radicalidade que aí possa haver e que eu imprimo em minha proposição. No desenho da Língua, proponho a movimentalidade como fator fundante e por isso permanente em sua fisicalidade concretiva, porque, desde o tecido léxico até as relações sintáticas -- duas faces da mesma moeda --, é ela que continuamente irradia o mote principal para o re-desenhar da Língua, em seus desdobramentos semânticos, em suas atualizações sintáticas, (re)alimentados pelas imagens de separação, de aproximação, de perambulação e de estagnação que fazem da Língua um arsenal metafórico. Essas imagens estão arqueologicamente marcadas na etimologia, em toda a sedimentação histórica, como permanência na própria mudança, e estão ontogeneticamenteindiciadas pelo que parece ser-lhes o oposto ontológico: a parataxe. Em equacionado jogo de forças, a parataxe fundamenta a própria movimentalidade e, numa espécie de segredo relacional, colabora com ela no engendro último que pude alcançar, o espaço molecular da Língua, em que, de uma a uma, as relações verdadeiramente se dão e fazem a Língua ser, um espaço somente atingível mediante uma análise que denomino ontogênica, porque, para além dos fenômenos razoavelmente visíveis a olho nu, é uma análise que procura penetrar em espaços menores, relações menores, quase invisíveis, em que talvez possa estar o germe espiritual da Língua, certo sopro original que a faz possível para nós
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 06.06.2023
  • Acesso à fonteAcesso à fonteDOI
    Informações sobre o DOI: 10.11606/T.8.2023.tde-25092023-145254 (Fonte: oaDOI API)
    • Este periódico é de acesso aberto
    • Este artigo é de acesso aberto
    • URL de acesso aberto
    • Cor do Acesso Aberto: gold
    • Licença: cc-by-nc-sa

    How to cite
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    • ABNT

      ALONSO JÚNIOR, Clovis Luiz. Gramática movimental: ontogênese da forma. 2023. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-25092023-145254/. Acesso em: 20 maio 2024.
    • APA

      Alonso Júnior, C. L. (2023). Gramática movimental: ontogênese da forma (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-25092023-145254/
    • NLM

      Alonso Júnior CL. Gramática movimental: ontogênese da forma [Internet]. 2023 ;[citado 2024 maio 20 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-25092023-145254/
    • Vancouver

      Alonso Júnior CL. Gramática movimental: ontogênese da forma [Internet]. 2023 ;[citado 2024 maio 20 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-25092023-145254/

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