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"Com gosto" e "por gosto": o ofício das quitandeiras de Minas Gerais sob uma perspectiva histórica (2020)

  • Authors:
  • Autor USP: BONOMO, JULIANA RESENDE - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLH
  • DOI: 10.11606/T.8.2020.tde-10092020-184329
  • Subjects: PATRIMÔNIO CULTURAL; PATRIMÔNIO IMATERIAL; TRABALHO; TRABALHO AUTÔNOMO
  • Keywords: Patrimônio cultural imaterial; quitanda; quitandas; quitandeira; quitandeiras; trabalho por conta própria
  • Agências de fomento:
  • Language: Português
  • Abstract: As quitandeiras estão presentes em Minas Gerais desde o início de seu povoamento, em fins do século XVII até os dias atuais. Nesse longo período, o ofício das quitandeiras assumiu diferentes configurações. A historiografia do período escravista mineiro relaciona a atividade das quitandeiras ao período do auge mineratório, na primeira metade do século XVIII, e às mulheres negras, escravas ou livres, vendedoras ambulantes de comestíveis dispostos em tabuleiros. Quanto às quitandeiras de Minas Gerais do século XIX, há um completo silêncio na historiografia. A partir das primeiras décadas do século XX, as quitandeiras perderam a conexão com o trabalho escravo e a cor negra. A palavra "quitanda", mais utilizada para designar o tabuleiro onde eram expostas mercadorias nos séculos anteriores, firma-se como um termo geral para designar o conjunto da pastelaria caseira. "Quitandeiras tradicionais" é como denominam-se, nesse trabalho, as mulheres que fazem e vendem quitandas, no ambiente doméstico, cujo conhecimento é transmitido de geração em geração. Em 2013, as quitandeiras de Minas Gerais passaram a ser objeto de políticas públicas, através do pedido de registro como patrimônio cultural imaterial junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Essa tese analisou a atuação das quitandeiras de Minas Gerais no mundo do trabalho, privelgiando um olhar histórico que desemboca nas quitandeiras da contemporaneidade. Sob a perspectiva da longa duração, construiu-seum "chão histórico", que engloba o território mineiro dos séculos XVIII e XIX. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica e a análise de iconografias, relatos memorialísticos e bases de dados como as Listas Nominativas de 1831/1832 e o Recenseamento Geral do Brasil de 1872. Para o estudo das quitandeiras do período pós-1930 até a contemporaneidade, foi feita uma pesquisa qualitativa, com a utilização da metodologia da História Oral, mediante entrevistas semi-estruturadas. Foram utilizadas 24 entrevistas de quitandeiras moradoras das seguintes cidades: Belo Horizonte, Congonhas, Entre Rios de Minas, Itaverava, Jeceaba, Ouro Preto, São Brás do Suaçuí. Em todo período analisado, as quitandeiras estiveram relacionadas à venda de comestíveis e as receitas de quitandas, mesmo tendo passado por algumas transformações, mantêm ligações com o passado. Demonstrou-se a continuidade da atividade das quitandeiras nos Oitocentos, inclusive, com a participação de mulheres brancas. A partir de 1930, com a formação do capitalismo e do mercado de trabalho, as quitandeiras passaram a ocupar os interstícios da economia, exercendo o trabalho domiciliar e por conta própria. No grupo de entrevistadas, essa configuração do ofício é vista como desejável, fruto da reunião de características observáveis como gênero, qualificação, número de filhos e a divisão sexual do trabalho; e de características não-observáveis, como a realização pessoal, o ciclo de vida e o histórico familiar. Espera-se que o registro como patrimônio cultural imaterial seja um instrumento de reconhecimento e valorização do ofício. Os benefícios econômicos do registro dependem da condução das ações de salvaguarda, que devem levar em conta a promoção de renda, emprego e prosperidade para as quitandeiras
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 29.06.2020
  • Acesso à fonteAcesso à fonteDOI
    Informações sobre o DOI: 10.11606/T.8.2020.tde-10092020-184329 (Fonte: oaDOI API)
    • Este periódico é de acesso aberto
    • Este artigo é de acesso aberto
    • URL de acesso aberto
    • Cor do Acesso Aberto: gold
    • Licença: cc-by-nc-sa

    How to cite
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    • ABNT

      BONOMO, Juliana Resende. "Com gosto" e "por gosto": o ofício das quitandeiras de Minas Gerais sob uma perspectiva histórica. 2020. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-10092020-184329/. Acesso em: 05 jun. 2024.
    • APA

      Bonomo, J. R. (2020). "Com gosto" e "por gosto": o ofício das quitandeiras de Minas Gerais sob uma perspectiva histórica (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-10092020-184329/
    • NLM

      Bonomo JR. "Com gosto" e "por gosto": o ofício das quitandeiras de Minas Gerais sob uma perspectiva histórica [Internet]. 2020 ;[citado 2024 jun. 05 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-10092020-184329/
    • Vancouver

      Bonomo JR. "Com gosto" e "por gosto": o ofício das quitandeiras de Minas Gerais sob uma perspectiva histórica [Internet]. 2020 ;[citado 2024 jun. 05 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-10092020-184329/

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