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Doença de chagas no Vale do Guaporé, Rondônia, Amazônia ocidental (2011)

  • Authors:
  • Autor USP: CAMARGO, LUÍS MARCELO ARANHA - ICB
  • Unidade: ICB
  • Assunto: PARASITOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: Embora a transmissão vetorial da doença de Chagas não seja muito importante na Amazônia, a região sofre a pressão do desmatamento, com destruição dos habitats naturais destes vetores, podendo forçar os triatomíneos mudar seu comportamento e aproximá-los do domicílio humano em busca de alimento, facilitando a transmissão Materiais e métodos: de 26 a 27 de julho de 2010 foi realizado um estudo de prevalência na Vila de Santo Antônio do Guaporé - Rondônia, baixo vale do Guaporé, distante 1.000 km a sudoeste de Porto Velho, onde residem aproximadamente 40 habitantes remanescentes quilombolas. Dezoito dos 40 habitantes foram submetidos à avaliação clínica, eletrocardiográfica e investigação de hábitos que possam ser fator de risco para contágio da doença. Houve coleta de sangue para exame de hemaglutinação para doença de Chagas e captura de 30 triatomíneos em palmeiras ouricuris (Syagrus coronata) no peridomicílio. Os reduvídeos foram submetidos à identificação molecular (PCR) para verificar a presença de T.cruzi em seu trato digestivo. Resultados: Não foram encontradas evidências clínicas da doença na avaliação semiológica e eletrocardiográfica, nem hábitos que contribuam para transmissão oral. Na hemaglutinação, 2 pacientes com mais de 30 anos (2/18), sem história de deslocamento para área endêmica para Chagas ,apresentaram resultado reagente, sendo a prevalência de 11,1%. No inquérito, 55% dos indivíduos entrevistados relataram presença de triatomíneos esporadicamente em suas residências, algumas vezes ingurgitados. As habitações são em sua maioria casebres com paredes e cobertura com palha de ouricuris.Os triatomíneos foram identificados como Rhodnius robustus e não houve identificação de T.cruzi no trato digestivo. Discussão: Na região amazônica a doença geralmente ocorre por transmissão oral não sendo habitual a transmissão vetorial. Não há qualquer estudo publicado sobre doença de Chagas no Vale do Guaporé. A ocorrência de sorologia positiva para doença na área pesquisada está acima da média amazônica, em que pese a pequena amostra. Porém, o fato dos indivíduos relatarem presença de triatomíneos em suas residências pode ser considerado um fator de risco para transmissão vetorial, apesar dos vetores examinados não estarem infectados. Os domicílios locais configuram habitat propício para domiciliação e colonização por triatomíneos. Conclusão O fato dos pacientes terem mais de 30 anos e não terem história de deslocamento indica transmissão local. E o fato de não serem encontradas crianças soropositivas pode indicar que não há transmissão ativa. Chama atenção a grande frequência de relatos de triatomíneos encontrados nos domicílios. Este fato pode refletir uma tendência no padrão de transmissão da doença (oral para vetorial), demonstrando necessidade de constante vigilância epidemiológica e de ampliar os estudos na região.
  • Imprenta:
  • Conference titles: Congresso Brasileiro de Medicina Tropical - MEDTROP

  • How to cite
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    • ABNT

      CAMARGO, Luís Marcelo Aranha et al. Doença de chagas no Vale do Guaporé, Rondônia, Amazônia ocidental. 2011, Anais.. Natal - Rio Grande do Norte: Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, 2011. . Acesso em: 02 jun. 2024.
    • APA

      Camargo, L. M. A., Oliveira, D. I. de, Cruz, S. F. de L., Vera, L. J. S., Camargo, J. S. A. A., Cantanhêde, L. M., et al. (2011). Doença de chagas no Vale do Guaporé, Rondônia, Amazônia ocidental. In . Natal - Rio Grande do Norte: Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo.
    • NLM

      Camargo LMA, Oliveira DI de, Cruz SF de L, Vera LJS, Camargo JSAA, Cantanhêde LM, França AK, Kasseb A, Oliveira VGE de, Ferreira R de GM. Doença de chagas no Vale do Guaporé, Rondônia, Amazônia ocidental. 2011 ;[citado 2024 jun. 02 ]
    • Vancouver

      Camargo LMA, Oliveira DI de, Cruz SF de L, Vera LJS, Camargo JSAA, Cantanhêde LM, França AK, Kasseb A, Oliveira VGE de, Ferreira R de GM. Doença de chagas no Vale do Guaporé, Rondônia, Amazônia ocidental. 2011 ;[citado 2024 jun. 02 ]


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