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Aplicação de técnicas químicas de remediação em áreas contaminadas por compostos organoclorados (2010)

  • Authors:
  • Autor USP: CUNHA, ALAINE SANTOS DA - IGC
  • Unidade: IGC
  • Sigla do Departamento: GSA
  • Subjects: POLUIÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS; ÁGUAS SUBTERRÂNEAS (REMEDIAÇÃO); COMPOSTOS VOLÁTEIS; SOLVENTES CLORADOS
  • Language: Português
  • Abstract: Grande parte das áreas contaminadas conhecidas atualmente advém de práticas passadas onde os cuidados com a proteção à saúde humana e ao meio ambiente eram desconhecidos ou ignorados. O uso indiscriminado de produtos solventes clorados fez com que tais compostos se tornassem uma das principais fontes de contaminação no setor industrial. Por serem compostos de alta toxicidade, quando presentes na água subterrânea, mesmo em baixas concentrações, a tornam imprópria para o consumo. Técnicas de remediação como atenuação natural, ou que envolvam bombeamento e tratamento de água subterrânea contaminada por solventes clorados, vêm sendo substituídas por metodologias químicas destrutivas, por apresentarem resultados satisfatórios em um período de tempo inferior às técnicas utilizadas anteriormente. Este trabalho objetiva apresentar os resultados obtidos em duas áreas industriais onde foram aplicadas técnicas de remediação, envolvendo a redução química in situ, através da injeção de polisulfeto de cálcio e a oxidação química in situ, com a injeção de permanganato de potássio. Em ambas as áreas, os contaminantes organoclorados são os principais compostos de interesse presentes na água subterrânea. A redução química in situ é uma metodologia que utiliza um agente químico para reduzir óxidos de ferro III, presentes naturalmente no aquífero sedimentar, e transformá-los em ferro II que, por sua vez reduzirá contaminantes organoclorados. A principal característica desta metodologia é a eliminação contígua de dois átomos de cloro das moléculas dos contaminantes, o que tende a diminuir ou eliminar o acúmulo de subprodutos tóxicos como cloreto de vinila. Na oxidação química in situ, o agente promove a transferência de elétrons, onde os íons ‘Cl POT.–‘ das moléculas dos contaminantes são substituídos por ‘H POT.+’. Devido à baixa reatividade entre o permanganato de potássio e a matriz doaquífero durante as reações de oxidação química, este oxidante pode ser transportado pelos processos advectivo e dispersivo juntamente com o fluxo da água subterrânea e persistir por um período maior de tempo, reagindo com os contaminantes orgânicos. Ensaios de bancada com solo saturado contaminado de uma das áreas de estudo mostraram excelentes resultados na utilização do polisulfeto de cálcio, mas o mesmo não foi observado no teste piloto realizado em campo. Embora tenha sido observada dispersão do produto nas proximidades de pelo menos um dos pontos onde a solução foi injetada, notou-se que não houve redução significativa dos contaminantes, evidenciando que o ferro II não foi eficaz no processo de degradação. Isto pode ter sido ocasionado por uma série de fatores, como possíveis reações, características hidráulicas, ou geológicas do meio. Portanto, o prosseguimento desta metodologia como alternativa de remediação para toda a área impactada foi descontinuado, tornando necessário novos estudos para avaliar a melhor técnica aplicável na área. Quanto à área onde foi aplicada a oxidação química, a remediação foi considerada eficiente. Ao longo do período de vinte e dois meses, quando foram realizadas atividades de monitoramento da água subterrânea, observou-se a presença do permanganato de potássio nas áreas mais impactadas das plumas de contaminação, fato que permitiu o processo de transferência de elétrons e consequentemente a oxidação dos contaminantes. Vinte e dois meses após as atividades de injeção, o principal contaminante identificado na área, o 1,-1-dicloroeteno, foi detectado em apenas um ponto com concentração superior a meta de remediação obtida anteriormente à injeção. Considerando que durante a sequência das atividades relacionadas à remediação, este contaminante sofreu alterações em seus valores toxicológicosestabelecidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, e passou a ser considerado um composto não carcinogênico, todos os poços apresentaram-se com concentrações inferiores a nova meta de remediação calculada. Como efeito colateral, foi observado o aumento das concentrações de metais dissolvidos, como: alumínio, bário, cromo e ferro. Tal mobilização de metais para a água subterrânea pode ser considerada temporária. Após o total consumo do permanganato de potássio pelos contaminantes ainda presentes no meio, as características físico-químicas do aquífero retornarão à situação identificada naturalmente, permitindo a precipitação dos metais.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 07.10.2010
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      CUNHA, Alaine Santos da. Aplicação de técnicas químicas de remediação em áreas contaminadas por compostos organoclorados. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44138/tde-08012011-183046/. Acesso em: 23 maio 2024.
    • APA

      Cunha, A. S. da. (2010). Aplicação de técnicas químicas de remediação em áreas contaminadas por compostos organoclorados (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44138/tde-08012011-183046/
    • NLM

      Cunha AS da. Aplicação de técnicas químicas de remediação em áreas contaminadas por compostos organoclorados [Internet]. 2010 ;[citado 2024 maio 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44138/tde-08012011-183046/
    • Vancouver

      Cunha AS da. Aplicação de técnicas químicas de remediação em áreas contaminadas por compostos organoclorados [Internet]. 2010 ;[citado 2024 maio 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44138/tde-08012011-183046/

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